A polêmica da semana em Piracicaba é porque o Prefeito Luciano Almeida abriu mão da implantação do Hospital Veterinário de Piracicaba.
O Prefeito apresenta algumas justificativas
que não me parecem aceitáveis, um exemplo, o local que seria instalado, outro,
o número de castrações, etc.
Localização um pouco mais afastada da cidade
é um problema, mas não pode ser o motivo para se deixar de fazer, o Hospital
Regional (de humanos) também está localizado em ponto extremo da cidade e tem
prestado um grande serviço para a população. Uma localização que não é a
perfeita é melhor do que não se fazer.
Sobre o número de castrações, evidentemente
um hospital veterinário não se resume a castrações, é um pouco mais que isso
né?!?!
Já custo mensal, que é uma das
justificativas, sim é um aspecto relevante.
Tudo tem seus prós e contras.
O hospital veterinário é um aparelho
fundamental, pois, atende à população de baixa renda, que não possui condições
financeiras de levar seus animais em clínicas veterinárias.
Não sou dos extremistas que só têm olhos para
os animais, minha prioridade são humanos. Mas, não podemos negar que o Poder
Público deve ter olhos para saúde animal, pois também é questão de saúde
pública e, no final das contas, cuidar de animais também é cuidar de humanos.
Se o custo é alto, há que se buscar soluções
alternativas.
Nós não temos pretensão de inventar a roda,
pelo contrário, gostamos de buscar soluções já existentes, pois já deram
certas, e basta aplicar. Se necessário, faça-se adaptações e melhorias, mas o
que já deu certo em outros lugares, tem maior probabilidade de dar certo também
em Piracicaba.
Morei 2 anos na cidade de Araraquara, local
que me abriu os olhos para a vida político-partidária e para a vida pública
(tive a honrosa oportunidade de ser Secretário Municipal de Agricultura).
Naquela cidade, conheci uma pessoa que se
tornou meu amigo, William Affonso, que à época era Vereador e Presidente do PDT
de Araraquara.
William Affonso era, ou melhor, é, defensor
dos animais e empunhava essa bandeira em seu mandato. Ele idealizou e fez
nascer em Araraquara o Ambulatório Veterinário do Pinheirinho, que ficou
conhecido como UPA dos Animais.
Com seu esforço, William Affonso conseguiu
tirar do papel o projeto, que contou com a imprescindível colaboração do
Prefeito Marcelo Barbieri, que teve o mérito de entender o problema e enxergar
a solução que estava lhe sendo apresentada.
Esperemos que Luciano Almeida tenha a mesma
visão, entenda o problema e busque soluções.
O projeto que se colocou em prática em
Araraquara, basicamente é o seguinte:
NOME: AMBULATÓRIO VETERINÁRIO
OBJETIVO: Atendimento de animais de famílias de baixa renda
COMO FOI FEITO: A prefeitura dispunha de um prédio, onde funcionava a
Coordenadoria do Meio Ambiente, mas, estava desativado.
O prédio foi
totalmente reformado, por meio de uma parceria com uma incorporadora, que
assumiu a obra como contrapartida para a aprovação de um empreendimento
imobiliário, portanto sem custos para a Prefeitura.
Foram feitas as
adaptações para se atenderem as necessidades dos profissionais da área
veterinária, como salas de espera, salas de atendimento e salas de cirurgia. A
prefeitura cedeu o local e material, como tinta, alambrado, mourões,
divisórias, etc., materiais de reaproveitamento.
FUNCIONAMENTO: Foi feita uma parceria com uma ONG,
Associação Araraquarense de Proteção aos Animais – AAPA, que administra o
ambulatório.
As consultas são gratuitas, porém, medicamentos e exames
são cobrados a preços populares, preço custo.
No projeto original, a prefeitura custeava os salários de
2 médicos(as) veterinários(as) e uma atendente, a AAPA custeava um médico(a)
veterinário(a).
Atualmente, todos os profissionais são
custeados pela AAPA.
Somente família de pessoas que fazem parte do CadUnico,
programa social cadastro único, composto por pessoas de baixa renda (até 2
salários-mínimos) que não têm condição de pagar consulta em uma clínica
particular, devem ser atendidas.
Cirurgias são feitas no próprio local.
CUSTEIO: Consultas são gratuitas, mas exames e
medicamentos são cobrados, com preços populares, próximos ao de custo, mas que
permitam o reinvestimento no próprio ambulatório. No caso de cirurgias, apenas
materiais como fios de sutura, anestésicos soro, medicações e oxigênio, são
cobrados, mas sempre com preços populares.
Esse projeto será encaminhado por e-mail para
a Vereadora Alessandra Bellucci (REP), cujo mandato empunha a bandeira da
defesa dos animais, e para a Secretaria de Defesa do Meio Ambiente, para que seja
conhecido.
É UM PROJETO QUE JÁ DEU CERTO E, POR ISSO, É
VIÁVEL.
Piracicaba, agosto de 2021.
Max Pavanello
Advogado
Vice-Presidente do PDT de Piracicaba