Desde o fim das
últimas eleições presidenciais tenho manifestado minha contrariedade aos
reiterados pedidos de impeachment da Presidenta Dilma, quer em conversas, quer
neste veículo.
Ainda mantenho minha
posição, pois considero o impeachment um mal para o País, só admissível em
casos raros e específicos, como cometimento de crimes de responsabilidade pelo
nosso dirigente maior.
Ao que me consta,
mentir em campanha eleitoral não caracteriza crime, por isso não viabilizaria o
pedido de impeachment, mas, sinaliza sim, que devemos repensar a forma de se
fazer política no Brasil, há que se ter uma mudança profunda de caráter,
honestidade, lealdade e transparência.
Levanto a questão
sobre a mentira em campanha eleitoral por duas confissões públicas feitas
recentemente, a primeira, vinda da nossa Presidenta, de que houve erro de
avaliação na situação econômica durante as últimas eleições, e, a segunda,
vinda do Ministro da Fazenda, de que os problemas fiscais e econômicos são antigos
e estavam mascarados por uma situação ou outra.
Em que pese meus
amigos militantes do PT dizerem e repetirem que a crise econômica não existe,
mas é fruto da mídia golpista, com o devido respeito, mas a própria Presidenta
já admitiu que existe e é muito mais séria do que ela própria cria, tanto que
chegou a admitir sua equipe e ela erraram na avaliação. Erros acontecem e ninguém
está imune a eles!
Porém, ontem,
02/09/2015, ao ouvir da própria boca do Ministro da Fazenda (não, não o conheço
pessoalmente, apenas vi sua sabatina no Congresso Nacional, pela televisão) que
os problemas (fiscais e econômicos) são antigos e que estavam mascarados por
uma situação ou outra, acabei de me convencer que não houve erro de avaliação,
mas má-fé eleitoral.
A certeza, agora reforçada
pela fala do Ministro, já vinha se consolidando desde que a vaca tossiu, que o
preço do combustível disparou (R$3,20 por um litro de combustível, pelo menos
para meus rendimentos, é extremamente oneroso, apesar de meus amigos Petistas
ainda acharem argumentos para defender esse preço), que vi a energia elétrica
ter um aumento em torno de 50%, desde que o dólar ultrapassou os R$3,70, enfim,
pelos números da economia que a cada dia pioram, como nos revelam a mídia
golpista.
Alguns poderão dizer que
estou juntando duas falas desconexas, de contextos diferentes, para tirar minha
conclusão, aliás, de fato, raros são os momentos de conexão entre o Ministro
Levy e a Presidenta Dilma, vide episódio da CPMF, fantasma que assola a
economia em todo momento de crise, mas as frases não são descontextualizadas, pois
tratam do mesmo assunto, a crise econômico-fiscal.
O Ministro foi muito
claro e enfático, o problema estava mascarado[1], escondido
para que alguém não os descobrisse, e, em se tratando de período eleitoral e de
números desastrosos, de quem o problema estava sendo escondido??? Cada um tire
sua própria conclusão.
Partindo para a
conclusão, não sou cientista político, não sou economista, sou apenas um
cidadão que não votou em Dilma, mas defende a manutenção de seu mandato, por
entender se tratar da melhor solução jurídica. E, como não estamos na
Guatemala, inimaginável se pensar em renúncia.
Contudo, é chegada a
hora de se mudar a forma de fazer política no Brasil. Política séria, com transparência
e honestidade, pois mascarar números para manter-se no poder, assim como as
promessas inexequíveis, é desonesto, é repugnante!
Max Fernando Pavanello
Max Fernando Pavanello
P.S.: O mesmo vale
para a questão da crise hídrica no Estado de São Paulo.
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