quinta-feira, 3 de setembro de 2015

POR UMA POLÍTICA HONESTA!

Desde o fim das últimas eleições presidenciais tenho manifestado minha contrariedade aos reiterados pedidos de impeachment da Presidenta Dilma, quer em conversas, quer neste veículo.

Ainda mantenho minha posição, pois considero o impeachment um mal para o País, só admissível em casos raros e específicos, como cometimento de crimes de responsabilidade pelo nosso dirigente maior.

Ao que me consta, mentir em campanha eleitoral não caracteriza crime, por isso não viabilizaria o pedido de impeachment, mas, sinaliza sim, que devemos repensar a forma de se fazer política no Brasil, há que se ter uma mudança profunda de caráter, honestidade, lealdade e transparência.

Levanto a questão sobre a mentira em campanha eleitoral por duas confissões públicas feitas recentemente, a primeira, vinda da nossa Presidenta, de que houve erro de avaliação na situação econômica durante as últimas eleições, e, a segunda, vinda do Ministro da Fazenda, de que os problemas fiscais e econômicos são antigos e estavam mascarados por uma situação ou outra.

Em que pese meus amigos militantes do PT dizerem e repetirem que a crise econômica não existe, mas é fruto da mídia golpista, com o devido respeito, mas a própria Presidenta já admitiu que existe e é muito mais séria do que ela própria cria, tanto que chegou a admitir sua equipe e ela erraram na avaliação. Erros acontecem e ninguém está imune a eles!

Porém, ontem, 02/09/2015, ao ouvir da própria boca do Ministro da Fazenda (não, não o conheço pessoalmente, apenas vi sua sabatina no Congresso Nacional, pela televisão) que os problemas (fiscais e econômicos) são antigos e que estavam mascarados por uma situação ou outra, acabei de me convencer que não houve erro de avaliação, mas má-fé eleitoral.

A certeza, agora reforçada pela fala do Ministro, já vinha se consolidando desde que a vaca tossiu, que o preço do combustível disparou (R$3,20 por um litro de combustível, pelo menos para meus rendimentos, é extremamente oneroso, apesar de meus amigos Petistas ainda acharem argumentos para defender esse preço), que vi a energia elétrica ter um aumento em torno de 50%, desde que o dólar ultrapassou os R$3,70, enfim, pelos números da economia que a cada dia pioram, como nos revelam a mídia golpista.

Alguns poderão dizer que estou juntando duas falas desconexas, de contextos diferentes, para tirar minha conclusão, aliás, de fato, raros são os momentos de conexão entre o Ministro Levy e a Presidenta Dilma, vide episódio da CPMF, fantasma que assola a economia em todo momento de crise, mas as frases não são descontextualizadas, pois tratam do mesmo assunto, a crise econômico-fiscal.

O Ministro foi muito claro e enfático, o problema estava mascarado[1], escondido para que alguém não os descobrisse, e, em se tratando de período eleitoral e de números desastrosos, de quem o problema estava sendo escondido??? Cada um tire sua própria conclusão.

Partindo para a conclusão, não sou cientista político, não sou economista, sou apenas um cidadão que não votou em Dilma, mas defende a manutenção de seu mandato, por entender se tratar da melhor solução jurídica. E, como não estamos na Guatemala, inimaginável se pensar em renúncia.

Contudo, é chegada a hora de se mudar a forma de fazer política no Brasil. Política séria, com transparência e honestidade, pois mascarar números para manter-se no poder, assim como as promessas inexequíveis, é desonesto, é repugnante!


Max Fernando Pavanello



P.S.: O mesmo vale para a questão da crise hídrica no Estado de São Paulo.



[1] Significado de Mascarar: v.t. Colocar máscara em alguém. / Furtar à vista: mascarar uma janela. / Esconder sob falsas aparências: mascarar seus projetos.

Sinônimos de Mascarar: disfarçar, dissimular, embuçar, encapotar, encobrir, esconder e paliar


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