segunda-feira, 14 de março de 2016

"IMPEACHMENT" E RENÚNCIA COLETIVA (Utópica, mas necessária)



Por diversas vezes me manifestei que era CONTRA o impeachment da Dilma, pois havia sido eleita, democraticamente, pela maioria e é da essência do regime democrático que a maioria se impõe sobre a minoria (em que pese o conceito de maioria e minoria nas eleições ser um pouco questionável, pois se fossem levados em consideração os votos brancos e nulos e abstenções teríamos mudança do quadro).
 
Até então me pautava pela ausência de crimes imputáveis à Dilma, pois a única coisa havia era a questão das pedaladas fiscais e as mentiras usadas durante a campanha. Porém, o Parecer do TCU é apenas opinativo, não é julgamento, este é feito pelo Congresso Nacional, e este ainda não se posicionou expressamente sobre o assunto.
 
Mas a partir do momento em que se confirmam as doações irregulares, que praticamente TODOS os partidos receberam, especialmente os que disputaram a Presidência, mudei minha opinião.
 
Hoje sou favorável ao impeachment da Dilma, não porque o Lula possui Triplex no Guarujá ou sítio em Atibaia, esse crime, se comprovado, somente prejudica ao próprio Lula, não transfere responsabilidade à Dilma, mas porque para a sua eleição não foi respeitado um dos princípios democráticos mais caros, o respeito às Leis.
 
O problema é que, assim como Dilma, Temer, Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Aécio Neves, Delcídio, Humberto Costa, Gleise Hoffmann, Edison Lobão, dentre inúmeros outros, também ocupam seus cargos indevidamente, pois se locupletaram indevidamente e/ou foram eleitos com recursos vindo de corrupção (no mínimo pairam severas dúvidas).
 
A grande questão é que a classe política, especialmente a de Brasília, está sem condições morais, sem credibilidade, para governar o País.
 
Por isso, não sou a favor SOMENTE do impeachment, SOU A FAVOR DO IMPEACHMENT DA DILMA E DO TEMER e de uma RENÚNCIA COLETIVA, pois não podemos ser governados por pessoas sem escrúpulos, que não tenham credibilidade ou moral.
 
Evidente que em meio a tantos, salva-se um ou alguns, exemplo do sempre lembrado Cristovam Buarque, porém, lamentamos que sejam, ou ao menos pareçam ser, a minoria.

 
 
Max Fernando Pavanello

 

3 comentários:

  1. Max, tem instrumento para isso; pois dizer ao outro renunciar é uma coisa, mas a renúncia é coletiva tinha de haver um documento em conjunto. Isso foi jogado por um ministro do supremo, depois pelo FHC de saudosa memória, ao menos para quem mora em Paris.

    ResponderExcluir
  2. Caro Camilo, a primeira pessoa que ouvi dizer a cerca de renúncia coletiva foi Luciana Genro, apesar de não concordar com quase nada do que ela fala, dessa vez concordei. Agora, a Renúncia Coletiva é uma utopia, exatamente, por não existir um mecanismo para isso. Sempre teríamos algum aproveitador que não renunciaria para obter alguma vantagem. Renúncia Coletiva mais uma provocação. A verdade é que poucos, mas pouquíssimos políticos de hoje me fazem sentir-me representado.

    ResponderExcluir
  3. Em tempo: Camilo, obrigado pela sua manifestação, é uma honra saber que você leu o texto.

    ResponderExcluir