Na
última quarta-feira, 1º de janeiro, estive na cerimônia de posse do prefeito
Helinho Zanatta (PSD), do vice-prefeito Dr. Sérgio Pacheco (União Brasil) e dos
23 vereadores(as) eleitos(as).
CURIOSIDADE
A
Constituição Federal de 1988 estabeleceu que as posses de Prefeitos, Governadores
e Presidente, assim como de seus respectivos vices, ocorrem no dia 1º de
janeiro do ano seguinte ao das eleições.
Muitos
criticam a data, pois é quando as famílias e amigos estão reunidos para
celebração do Ano-Novo e, portanto, os cidadãos não estão com atenções voltadas
a um ato tão importante e solene como esse.
A
Emenda Constitucional nº 111/2021 acabou corrigindo isso, pois, a partir de
2027, a posse do presidente da República será no dia 5 de janeiro, e dos governadores
será no dia seguinte, 06 de janeiro.
A
correção veio por via transversa, pois a preocupação maior era com a
dificuldade de governadores marcarem presença na cerimônia de posse do presidente
da República. Digo isso porque, no que se refere a prefeitos, nada mudou, não
houve a correção, a data da posse continua a ser dia 1º de janeiro.
DA POSSE E DO DISCURSO
A
Câmara Municipal ficou pequena para a cerimônia, o que não desfaz a crítica
acerca da impropriedade da data, pois, são 25 pessoas tomando passe (23
vereadores, prefeito e vice), se cada um levar 4 familiares e 4 assessores já
estará lotada a Casa do Povo (prefiro esta designação a Casa de Leis, pois, a
função dos vereadores é primeiro ser a voz do povo, além de legislar e
fiscalizar o Poder Executivo).
No
início, naturalmente, o discurso se concentrou nos agradecimentos, que foram
desde Deus até os eleitores que o escolheram. Procurou não fazer críticas
diretas à gestão anterior, mas, o discurso de mudança, por si só, já é uma
crítica.
O foco do
discurso foi os dois compromissos que deram a tônica do debate eleitoral, a
falta de água e o problema da saúde (falta de médicos, filas para atendimento
por especialistas e para marcação de cirurgias).
Sobre a
falta de água, apesar de ter usado termo como sucateamento do Semae, falou em
reestruturação administrativa e em investimentos. A primeira impressão é de que
não há plano de privatização, por ora, um bom sinal.
Durante
a campanha eleitoral falou em distribuir caixas d´águas para quem não as possui
e trocar a tubulação, não abordou diretamente esses dois assuntos, mas ao se
falar em investimento podemos entender que ali estavam compreendidos. Porém,
pediu “paciência” à população, pois o problema não se resolve “num passe de
mágica”, o que é verdade.
Na
saúde, seu foco será o fortalecimento das UBSs, até para tentar reduzir a superlotação
das UPAs. É uma boa medida, mas, não detalhou – e nem precisava naquele momento
– como resolverá o problema da falta de médicos. Seu antecessor se escudava nos
supostos baixos salários, por isso, promoveu reajuste nos subsídios do prefeito,
teto dos vencimentos do funcionalismo.
Por
fim, falou que tem ciência da existência dos excluídos, necessidades de avanços
nas áreas sociais e que o farol de seu governo será o interesse coletivo.
O QUE ESPERO(AMOS)
Os dois
assuntos que dominaram os debates eleitorais e foram os temais centrais do
discurso de posse são prementes e precisam ser resolvidos, pois afetam a vida
de todos nós, por isso, vou abordar outros.
Ao
ouvir o novo prefeito falar em avanços em áreas sociais, em governar para
excluídos e que o farol será o interesse coletivo, espero que haja um
desfazimento do retrocesso social promovido pelo seu antecessor, como, por
exemplo, o fechamento do albergue noturno e o fim do cursinho pré-vestibular. E
como avanço, cito dois serviços que serão, ou seriam, muito bem-vindos.
O
primeiro, o restaurante Bom Prato, que fornece refeições por R$1,00 para a
população – parte do custo é subsidiado pela prefeitura e pelo Governo do
Estado. Fui Secretário Municipal em Araraquara, à época, possuíamos um
restaurante Bom Prato, que estava alocado na nossa pasta. Eram servidas 1.200
refeições no café da manhã e almoço e 1.200 no almoço. Além disso, possuímos mais
dois restaurantes populares, cujo preço da refeição era de apenas R$5,90
(segundo o site da Prefeitura o valor é mantido até hoje). Um deles tive a
honra de reinaugurá-lo, em 05 de agosto de 2016.
Um
segundo, a Casa da Mulher Brasileira, local de atendimento multidisciplinar e
humanizado às mulheres em situação de violência. Até hoje não temos em
Piracicaba um local de atendimento para mulheres vítimas de violência
doméstica. Quando necessitam de acolhimento precisam ser encaminhadas a outras
cidades, como Sorocaba. Não é possível que uma cidade com quase meio milhão de
habitantes e um orçamento que supera 3 bilhões, não tenha esse serviço.
Poderia
citar outros exemplos de políticas públicas que precisam ser implementadas em
prol da população piracicabana, mas o texto ficaria muito longo e cansativo.
No
mais, passadas as eleições e iniciado o novo governo, é hora de desejar ao prefeito
Helinho Zanatta e ao seu vice Dr. Sérgio Pacheco, que façam uma grande e
profícua gestão e desembaracem a nossa querida Piracicaba.
Max
Pavanello
Advogado,
presidente do PDT de Piracicaba e Conselheiro Estadual da OABSP
TEXTO PUBLICADO EM A TRIBUNA PIRACICABANA, EDIÇÃO 13535, DE 03/01/2025.
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